sábado, 31 de outubro de 2015

FRASES DA SEMANA 4



"VOCÊ CARREGA DENTRO DE SI A FONTE DE TODAS AS RIQUEZAS DO UNIVERSO. SÓ NÃO DEIXE A RECEITA FEDERAL SABER DISSO."

Doutor Pelúcio Severo, astrólogo e coach motivacional.

"EMPREENDEDORES SÃO COMO BORBOLETAS: A MAIOR PARTE DA VIDA DELES É UMA FEIA PRÈPARAÇÃO PARA UM VÔO BAIXO."

Giuseppino Della Breca, entomologista, antropólogo e guru.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

POSTAGEM-RELÂMPAGO 6


1- Voltarei a este tema várias & várias vezes, pois conhecer muito bem seus clientes e coletar o máximo possível de informações sobre eles será vital e fatal para sua sobrevivência como empreendedor.

2- Se o diabo aparecesse para mim e me prometesse responder, com absoluta certeza, uma única pergunta em troca de minha alma, eu só lhe perguntaria o seguinte: Tinhoso, diz aí: ¿quem são meus clientes? 

3- Saber tudo sobre seus clientes permitir-lhe-á, dentre outras coisas, aperfeiçoar seu produto ou processo, focalizar seu alvo para a estratégia de marketing e revisar os pressupostos do seu modelo-de-negócio.

4- Conhecer bem seus clientes permitirá que você diferencie seus produtos e serviços em relação aos congêneres da concorrência, encontrando nichos de não-clientes ou demandas represadas. ¿Quer mais?

5- Você poderá melhorar muitíssimo seu atendimento com efeitos-surpresa, quer dizer, deixando claro aos clientes que você os conhece, respeita suas manias, hábitos, idiossincrasias, preferências e estilo-de-vida. 

6- Se você teve a infelicidade de ter uma boa idéia de negócio fora da sua formação e profissão, saiba que isto será um desafio, mas não um impeditivo para que você prospecte e conheça sua clientela em potencial.

7- Primeiro, faça um exercício simples: pense no seu produto ou serviço; depois feche os olhos. ¿Você consegue visualizar seu cliente usando-os? ¿Como ele é? ¿Ele se parece com alguém que você conhece?

8- Idade, sexo, orientação sexual, filiação política, cor-de-pele, religião, tempo de estudo, média de idade, região de origem, nacionalidade, ascendência, renda, filhos, estado civil... saiba isso-tudo e mais além.

9- Vestuário, gosto musical, igreja, tribo, corte-de-cabelo, identificação com líderes e ídolos, o que estuda, o que lê, o que come, o que ouve, como e onde se diverte, que sonhos tem... e a lista segue.

10- Crie um mapa global, uma cena-do-crime a-respeito do seu público-alvo. Essas informações precisam se relacionar entre si para lhe darem uma boa visão aérea e tridimensional sobre o território a conquistar. 

11- Uma ferramenta muitíssimo simples é o mapa conceitual: coloque seu cliente no centro da folha; e depois vá puxando linhas a partir dele, escrevendo suas peculiaridades, preferências, necessidades, etc.

12- Outra ferramenta simples é o sociograma: você coloca seu cliente no centro da folha e vai ligando-o a balões que representam pessoas, lugares, instituições e organizações aos quais ele está ligado.

13- Se seu produto ou serviço tem características mínimas necessárias, a retirada ou o acréscimo de funções fá-lo-ão perder clientes, empurrando seu negócio para outras cadeias-de-valor, maiores ou menores.

14- Por isso, decomponha seu conceito de produto ou serviço em seus elementos fundamentais, como blocos de montar. Depois peça para que um possível cliente remonte-o tal como ele desejaria comprá-lo.

15- Preste atenção na forma como os clientes da concorrência usam seus produtos ou serviços. ¿Eles fazem alguma customização ou personalização? ¿Eles fazem algum uso imprevisto desses utensílios?

16- Pergunte se seus possíveis clientes sentem falta de algum serviço ou produto complementar aos já oferecidos pela concorrência. Sonde suas insatisfações, desconfianças, inconformismos, oportunidades.

17- Por fim, seja humilde o-bastante para abortar suas idéias iniciais, mesmo que elas tenham sido o fruto de anos & anos de pesquisa. O diploma você já conquistou; agora você precisa é conquistar mercado!

Até-mais-ver!

CAPÍTULO 9- MAIS UMA COISA: EMPREENDEDORA É A SENHORA SUA AVÓ!

Empreendedores não são capitalistas octogenários birrentos.



Ah, crianças... Polêmica! Polêmica! Na minha última postagem, eu lancei algumas hipóteses de provocação, questionando os lugares-comuns que são repetidos pela literatura empreendedora bacaninha. Também quis apontar para algumas tensões internas, ambigüidades e contradições que há na mentalidade do brasileiro no tocante aos negócios. Por causa dessa postagem, nossa redação foi afogada por uma inundação de telegramas; nossa caixa de e-mails travou; os telefones não pararam de tocar; oh! nosso prédio foi cercado por nerds enfurecidos, armados com suas càlculadoras HP. Calma! Titio aqui explica o que ele quis dizer.

Resumamos meu argumento. Em primeiro lugar, eu pus em dúvida a tão-zabumbada & festejada criatividade do brasileiro: o suposto senso de improviso e autonomia que o põe entre os povos mais empreendedores do universo & alhures, segundo o GEM. Contra isso, eu afirmei ser provável que nossa prètensa coragem para assumir riscos deva-se à bela rede de proteção contra o fracasso que o Estado-Babá teve o cuidado de instalar às nossas próprias custas — e que nos sabemos que estará lá para nos salvar caso dermos um passo maior que as pernas. Noutras palavras, o empreendedor brasileiro só cutuca o leão porque está protegido pela jaula. 

Em segundo lugar, eu disse que o brasileiro tem uma postura ambígua com relação aos negócios e, sobretudo, ao ato de empreender. Afirmei que essa ambigüidade vem, por um lado, duma mentalidade maquiavélica, dinheirista e predatória que, provàvelmente, foi-nos instalada lá na "noite dos tempos" da formação nacional. É ela que nos estimula a empreender. Por outro lado, em nós, as idéias de ganho e lucro vêm quase sempre acompanhadas de medo e culpa, como se a geração de valor tivesse algo de baixo e imoral. Lindo mesmo é tornar-se um "oprimido com pedigree" e sair por aí parando o trânsito e botando pra quebrar! 

Em terceiro lugar, já no final, eu levantei a hipótese de que a visão negativa que o brasileiro tem das atividades produtivas e aquisitivas deve-se à confusão feita por ele entre diferentes subespécies de empresários, o que o faz colocar no mesmo balaio os "heróis" e os "vilões" da história — as maracutaias do bilionário metacalitalista: o pagador-de-propinas incrustado nas altas esferas do poder; e a dura faina do inovador pioneiro: o empreendedor universitário que é o foco deste blog. Séculos de pregação católica contra a riqueza, décadas de doutrinação marxista contra o mercado e algumas pitadas de confusão midiática deram-nos esses frutos!

Lembrem-se, leitor, que na sexta e na sétima postagens eu estava prèparando o terreno para ajudá-lo a escolher seu modelo de negócio. Mas calma: eu preciso fazer alguns desvios ligeiros para prèveni-lo de confusões taxonômicas. Afinal de contas, até agora nós não definimos o que é um empreendedor, afinal. Não: eu posso lhe assegurar que empreendedorismo não é ócio nem sacerdócio, não é abstinência nem obediência; também não envolve voto de pobreza e caridade. Empreendedores buscam sim o dinheiro. Money! Money! Money! Money! Mas a maneira como o fazem diferencia-os radicalmente dos capitalistas de cartola & bengala. 

Primeiro: devido aos elevados níveis de incerteza e de improviso que envolvem as startups, a cultura empreendedora é fortemente marcada pela informalidade e pelo cooperativismo. A livre troca de experiências, serviços, contatos e pequenos favores é o traço mais nítido do quotidiano duma incubadora de empresas, por exemplo. Segundo: com exceção dos rivais diretos que atuam no mesmo nicho de mercado, empreendedores torcem sinceramente para que outros empreendedores dêem certo, uma vez que os parceiros bem-sucedidos geram um arquipélago de externalidades valiosíssimas, além de novas idéias, contatos e experiências. 

Terceiro: empreendedores encaram a falência com naturalidade, porque sabem que atuam em setores de risco. [Alguns criadores de startups que eu entrevistei no doutorado são exímios jogadores de pôquer; e eles costumam comparar suas estratégias empresariais com os lances desse jogo]. Quarto: os empreendedores defendem a mèritocracia com o mesmo fanàtismo aiatolá & jihadista com que defendem a informalidade. Aqui, meu filho, você pode pegar sua idade, seus títulos, suas nomeações e indicações, seu tempo-de-casa e... você sabe onde enfia! Este traço, na minha opinião, é o mais admirável e fantástico deste meio: a impessoal escala do mérito próprio.

Quinto: as coisas aqui acontecem muito depressa. Empreendedores — sobretudo os universitários — são pessoas ànsiosas e dinâmicas. Numa startup o fracasso e o sucesso ocorrem em questão de meses. Perceba, leitor, a quantos anos-luz estamos distantes das corporações engessadas e hierárquicas, das famigeradas empresas familiares, das repartições com esqueletos nos armários, bolor nas mentes e correntes arrastando! ¿Você entende agora por que eu acho isso-tudo fascinante e inspirador, embora não creia nos mitos que cercam os empreendedores e microempresários? Você entende, enfim, como é injusto comparar essa gente com banqueiros-governistas e empreiteiros-presìdiários?

Até-mais-ver!

¿QUEM É JOHN GALT?

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CAPÍTULO 8- ENTENDA UMA COISA: CAPITALISTA É A SENHORA SUA MÃE!

A ambigüidade do brasileiro às voltas com o capitalismo.



Admitamos: o brasileiro é um dos povos mais dinheiristas, aventureiros e predatórios em matéria criação de negócios. Todos-nós conhecemos algum amigo ou parente dotado daquela tão-brasileira capacidade de juntar ganância & burrice. Há uma série de especulações antropológicas que tentam explicar esse perfil. Dizem que a formação nacional, marcada pelo escravismo, pelo latifúndio e pela colonização tem algo a-ver com isso. Outros culpam a "herança ibérica" pela nossa mentalidade imprèvidente e custe-o-que-custar. Como dizem: um povo formado pela mistura de escravos trazidos a-ferros e à-força para a morte, índios cercados por uma natureza pródiga que lhes dava tudo e portugueses saqueadores, não poderia mesmo desenvolver excepcionais capacidades de planejamento. Alguns culpam a "herança católica" pela nossa ambivalência em matéria de dinheiro.

Eu sinceramente considero essas especulações antropológicas típicas dos livrinhos de doutrina do MEC. Meu ponto aqui é outro: não falarei das origens, mas das tensões internas da mentalidade do brasileiro em relação aos negócios. Pois apesar de sermos "predatórios e dinheiristas", por outro lado, encaramos o dinheiro com certas reservas místicas, com protocolos contra contaminação, com o medo ritual típico dos mortais que ousam desafiar as vingativas divindades da pindaíba e do perrengue. Nosso ganho vem acompanhado de medo e culpa. E aqueles que são bem-sucedidos sem medo nem culpa, despertam em nós a antipatia ou o recalque. "Beijo no ombro!" Às vezes, temos a impressão de que o brasileiro despreza o dinheiro em si, mas ama a simbologia, a mordomia e o cerimonial ligados a ele. Sobre o resto, fazemos pairar uma névoa de má-vontade defensiva ou desprezo altaneiro.

Ok: nossa mentalidade anticapitalista coaduna-se, justifica ou explica nossa atávica inépcia em fazer planos, em antever eventos, em rastrear desgracinhas & oportunidades. Sempre contamos com que tudo dê certo no final, que o Estado-Babá livre-nos & salve-nos de nós-mesmos, que a loteria ou a viùvez façam-nos tirar a sorte-grande e que o padrinho poderoso mexa seus pauzinhos. Essa mentalidade anticapitalista também explica o fato de acharmos as artes da negociação e da barganha verdadeiras agressões, rebaixamentos inadmissíveis! Claro: se partimos do princípio de que nosso parceiro deseja nos ferrar, a negociação soa-nos, então, como o escancaramento pornográfico dum estupro moral. ¿Quem nunca se sentiu meio podre (violento ou humilhado) barganhando ou negociando?

Também sempre me saltaram aos olhos os fundamentos maquiavélicos da moral brasileira. Isto explica nossa necessidade de avalistas, fiadores, cartòrários, advogados, testemunhas, auditores e toda a sorte de garantias precárias contra o engodo alheio; toda a série de traquitanas provisórias a substituir a boa & velha confiança na palavra do próximo. "Se todos são maus, eu devo ser pior" Mas ninguém percebe cómo isso-tudo prèjudica o fluxo da riqueza, dificulta as parcerias e dá fôlego ao crescimento pantagruélico do Estado-Baba — aquela criatura bondosa que nos protege da nossa própria maldade. "Amém!" Não sei se estou sendo claro ao leitor. Então, vou direto ao ponto: o brasileiro ama empreender, mas tem uma relação ambígua com os empreendedores. ¿Por que será? Vejamos.

Nem vou tratar aqui do sonho acalentado pela maioria dos brasileiros: ser aprovado num concurso-público para nunca-mais precisar trabalhar de-verdade. (Atenção: sarcasmo!) Tratarei disso noutra ocasião. O caso é que nossos valentes prestadores-de-concurso nunca pararam pra pensar no seguinte: se todos resolverem ser barnabés e trabalhar para o governo, ¿quem pagará essa conta? — porque não me consta que o Estado possua outra riqueza senão aquela que tira de nós, ou que o governo produza outra coisa senão leis esdrúxulas, burocracia e roubalheira. Então, repito a questão: ¿por que o brasileiro, por um lado, ama empreender, sempre aparece nas primeiras posições entre os povos que mais pròativos e, por outro lado, hostiliza e desconfia dos verdadeiros empreendedores? 

Inúmeros autores atribuem à criatividade ou à improvisação nossa propensão a empreender. Belo elogio! Eu tenho, porém, outra hipótese possível: o brasileiro assume riscos num novo negócio porque, muitas vezes, nem tem idéia dos riscos que realmente está assumindo. Imagine a seguinte situação: eu boto uma venda em seus olhos e o coloco para andar numa corda-bamba, suspensa entre dois edifícios, dizendo-lhe, contudo, que você está rente ao chão. Você andará sorrindo na corda-bamba, pois não enxerga o perigo. Em seguida, eu destapo seus olhos e o levo para a sacada segura do quinto andar; e então lhe peço para olhar para baixo. Você tomará mais cuidado, porque, apesar da proteção do parapeito, você agora vê o perigo. Mas o empreendedor brasileiro é o cara lá — com a venda nos olhos.

A disposição do brasileiro a empreender, como creio, também se explica por ele achar que o Estado-Babá sempre irá salvá-lo da falência nos segundos finais antes do baque. Caso alguma coisa dê muito errado, ele tem com quem contar. ¿É mesmo? Mediante sua rede generosa & ònerosa de previdência e assistência, o governo brasileiro faz com que todos os riscos ligados ao ato de empreender pareçam ser de-mentirinha. Essa sensação de segurança cria uma cultura de roleta-russa, com apostas altas, insustentáveis e irresponsáveis em negócios cujo passo é maior que perna do dono. Aqui, o risco nunca é visto como sério. Ao contrário dos seus congêneres americanos, os empresários brasileiros raramente comprometem seus imóveis, a formação acadêmica dos filhos ou um bem maior num negócio. 

Pois bem. ¿Mas e quanto à segunda metade da questão: por que encaramos com desconfiança os empreendedores, vendo-os como pessoas càlculistas, ambiciosas, interesseiras, frias e más? Eis uma resposta possível: a maioria dos brasileiros não consegue diferenciar o empreendedor do administrador, nem este do burocrata de repartição. Também não diferencia o empreendedor do pequeno empresário comum, nem este do médio e do grande. Confunde igualmente o capitalista tradicional com o metacapitalista: o bilionário que já transcendeu a concorrência e as leis do mercado porque vive preso às tetas da rainha. Enfim: na cabecinha do José Brasileiro Médio, todos esses caras são uma coisa só, vestem cartola, andam de bengala e acendem charutos com dólares — que-nem o tiozinho do Monopoly. 

Até-mais-ver!

¿QUEM É JOHN GALT?

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

DESAFIOZINHO 2

Olá, crianças marmanjas! Papai estava com saudade! Uma ova! No desafiozinho desta semanazinha, eu proponho que vocês analisem as opções estratégicas de concorrentes hipotéticos. Considerem então três empresas: A, B e C. (Vejam a imagem). Suas estratégias são classificáveis em três quadrantes: nicho (foco num grupo específico de clientes e, portanto, num mercado pequeno mas exclusivo); preço (oferta de preços baixos graças a ganhos de escala e redução de custos) e qualidade (investimento em inovação tecnológica e melhoria contínua). 

Cada empresa resolveu colonizar um ou mais quadrantes. Reparem: para cada fator, quanto mais próximo a empresa estiver do sinal de mais (+), maior será a ênfase que ela dará a esse fator em sua estratégia. Portanto, a área formada pelo triângulo não tem nada-a-ver com o tamanho do mercado que ela ocupa. Entenda também que essas opções estratégicas não são totalmente compatíveis. Exemplo: uma empresa que decidiu competir oferecendo preços baixos com ganhos de escala, certamente não irá se concentrar num nicho de mercado, e vice-versa.

¿Entenderam a bagaça? Então eu lhes faço as seguintes perguntas: 1) ¿Quais são os clientes típicos das empresas A e B? 2) ¿Que tipo de empresa é a empresa C?  3) Tendo-em-vista a atual pindaíba econômica, ¿qual das três estratégias é mais frágil? 4) ¿Que precauções essa empresa deveria tomar para evitar os riscos associados a sua estratégia, mas sem abandoná-la? Titio Fernando ficará muito orgulhoso se vocês resolverem ao menos parte desse desafiozinho, evitando que eu coloque cinqüenta desafios piores que este na prova final dos meus alunos.

Até-mais-ver!

Três empresas e suas estratégias de nicho, preço e qualidade.

FRASES DA SEMANA 3



"O FATO D’A SUA SRTARTUP ESTAR DENTRO DUMA INCUBADORA NÃO EXIGE QUE VOCÊ E SEU SÓCIO SEJAM FILHOS DUMA CHOCADEIRA."

Doutor Pelúcio Severo, astrólogo, homeopata e coaching.


"PEGUE UM LOBO E CUBRA-O DE MIMOS. EIS UM CÃO LEAL. PEGUE UM EMPREENDEDOR E CUBRA-O DE VERBA PÚBLICA. EIS UM ILUSIONISTA."

Doutora Pati Farias, palestrante, consultora e agente carcerária.

DICA DE LEITURA 2



Olá, pessoas & sujeitos! Nesta semana eu vou lhes indicar um livro daqueles que você agradece quem o indicou e, no final da leitura, sente pena alheia ou remorso projetivo de quem não o leu: O mito do empreendedor, de Michael Gerber. O principal aspecto a se destacar desse livro é que seu autor mata uma grande charada: ¿por que muitos negócios quebram, ora pois? Detendo-se nos empreendedores, Michael Gerber prova que a grande fonte do fracasso está no... sucesso! Explico: quando uma pequena empresa é fundada, o empreendedor desempenha todas as atividades -- as estratégicas, as táticas, as operacionais. As atividades estratégias dizem respeito à elaboração do modelo-de-negócio, ao marketing, à percepção da dinâmica do mercado, à inovação, enfim, aos planos que a empresa traça para crescer. As tarefas táticas são mais-ou-menos gerenciais: referem-se à transformação dos planos contidos na estratégia em objetivos mais concretos; e elas definem também os recursos necessários para sua execução. Por fim, as atividades operacionais fazem parte do dia-a-dia da empresa: são geralmente tarefas repetitivas e rotineiras que, para o autor, deveriam ser padronizadas e depois delegadas a terceiros (¿estàgiários?).

Eis onde mora o perigo: os pequenos empresários sentem dificuldades de delegar essas tarefas; e quando a empresa cresce, eles não dão conta do trabalho que aumenta, das incógnitas, variáveis e problemas que também crescem quantitativamente e qualitativamente. E quando, às pressas, aquelas atividades são finalmente delegadas, os empreendedores não estabelecem rotinas e padrões básicos por meio dos quais eles poderiam treinar, avaliar e acompanhar seus funcionários. Resultado: o caos! Michael Gerber oferece então uma solução: planejar, detalhar e rotinizar seu negócio de maneira que ele adquira um modelo-padrão que possa ser rèplicado em escala mil vezes, sem perder suas características originais. O nome disso é franquia. "Bem-vindo ao McDonald's, senhor!" O mito do empreendedor, apesar das grandes doses de pieguice, idealismo & autoajuda, é um livro pontual e prático. A estrutura é bastante engenhosa: Michael Gerber mescla suas análises & soluções acompanhando, capítulo a capítulo, as dificuldades reais duma personagem fictícia -- uma dona de loja de bolos -- com problemas iguais àqueles que são tratados. Eu recomendo vivamente a leitura! Confira a seguir as avaliações dos nossos consultores.

GERBER, Michael. "O mito do empreendedor". Curitiba: Fundamento, 2012. 216 páginas. R$ 44,80.

DEPOIMENTOS:

"Confesso: eu chorei no final desse livro. Ainda estou toda molhada. Me dá mais um lencinho aí... ou eu atiro em você!"
Doutora Débora Dobrada.

"'Sabe... eu daria um braço para escrever este livro. Um não: dois! O problema depois seria escrevê-lo sem os braços."
Doutor Pelúcio Saraiva.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

POSTAGEM-RELÂMPAGO 5


1- Pequenas empresas quebram por causa de erros igualmente pequenos. É impressionante a freqüência com que ocorrem os erros que listarei a seguir. Muita atenção!

2- Não questionar nem revisar as premissas sobre as quais está alicerçado seu modelo-de-negócios. Premissas são as idéias e sinais básicos do mercado em que você atuará.

3- Empreender sem elaborar um detalhado plano de negócio. A regra aqui é a seguinte: informe-se, redija o plano, aplique o plano, avalie o plano e refaça o plano — e assim por diante.

4- Subestimar o dinàmismo do mercado: não monitorar os movimentos dos concorrentes e fornecedores, as leis do seu ramo, os hábitos dos clientes e as inovações tecnológicas.

5- Ficar nas mãos dum único fornecedor. Saiba duma coisa: se seu negócio depende dum recurso crítico ou escasso, você precisará diversificar e/ou comprometer seus fornecedores.

6- Escolher sócios com inclinações cleptomaníacas e/ou psicopáticas... ou simplesmente incompetentes.  Sociedade é casamento. Muito cuidado com seus sócios!

7- Chamar para a empresa sócios com um perfil psicológico e/ou acadêmico igual ao seu (exemplo: amigos). Sua empresa será pobre e rígida em hàbilidades e conhecimentos. 

8- Alavancar seu crescimento com base em empréstimos bancários. Saiba duma coisa: dado o risco de se investir em pequenas empresas, os bancos cobram delas juros de agiotagem.

9- Não monitorar atentamente as finanças da empresa e usar empréstimos do cheque-especial para tapar os buracos do seu fluxo-de-caixa. Fluxo-de-caixa mata. Previna-se!

10- Criar sua empresa com base em expectativas exageradamente otimistas ou ingênuas (quando não, inventadas) sobre o crescimento do seu setor. Nunca confie nesses números!

11- Não separar as finanças da empresa das finanças pessoais e acabar quebrando ambas. Conforme-se: você ficará sem ver os lucros iniciais da sua empresa por um longo tempo.

12- Demitir-se cedo demais do emprego para dedicar-se full time ao negócio. Não subestime o tempo-de-retorno da sua empresa. Considere trabalhar meio-período enquanto isso.

13- Não conseguir padronizar seus procedimentos operacionais para, com isto, delegar tarefas ou terceirizar trabalhos. Eis um jeito fácil de se enlouquecer empreendendo.

14- Trabalhar em casa sem ter a disciplina necessária para evitar as distrações que sua família, vizinhos, amigos, animais-de-estimação e Playstation vão lhe provocar.

15- Começar um negócio num ramo "que lhe disseram dar dinheiro" mas com o qual você não tem nenhuma experiência ou famìliaridade anteriores. Isto é uma cilada, Bino!

16- Cometer erros jurídicos, tributários ou contábeis. Essas três áreas são um cipoal de armadilhas para o empreendedor. No mínimo, você precisará do SEBRAE para ajudá-lo aqui.

17- Contratar funcionários, equipar a empresa, procurar sède própria cedo demais. Não atentar para os três pês do negócio: preço, ponto e público. Não ler o blog Start-Aspas!

Até-mais-ver!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

FRASES DA SEMANA 2



“SOCIEDADE É COMO CASAMENTO, COM A DIFERENÇA DE QUE AS DÍVIDAS SÃO SEUS FILHOS CATARRENTOS E O ESTADO É SUA SOGRA MACUMBEIRA.”

Doutora Débora Dobrada, cartomante, hipnóloga e coach.


“O GOVERNO É O CLIENTE MAIS FÁCIL DE SE CONTENTAR: ELE SEMPRE ACHARÁ SEU IMPOSTO SABOROSÍSSIMO E SUA FALÊNCIA DIVERTIDÍSSIMA.”


Professor Sigismundo Baratinha, sanitarista, parapsicólogo e palestrante. 

CAPÍTULO 7- HÁ UMA OPORTUNIDADE ESCONDIDA EM SEU PROPÓSITO

O que você ama fazer pode lhe dar, além de prazer, algum dinheiro.


Muito bem, leitor! Suponhamos que você já tenha encontrado seu propósito existencial. Você sabe, afinal, o que gosta de fazer, o que faz bem, o que lhe dá dinheiro e o que o mundo precisa. Após analisar bem, você chegou à conclusão de que seu propósito não será plenamente desenvolvido se você continuar em seu emprego presente — até porque você não considera seu emprego um... presente; e é possível que essa crise esteja prestes a torná-lo um... passado. Você também conhece os perigos do ciúme de autoria, e não permitirá que seu propósito o hipnotize ou o cegue a-ponto de negar-se a ajustá-lo um pouquinho às demandas do mercado. Por fim, você conheceu as diferenças entre o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo por oportunidade. Você não quer engrossar as estatísticas de falência de empresas e, portanto, quer encontrar uma demanda represada, um mercado não-atendido, enfim, uma oportunidade para empreender. Pois bem. Temos um longo caminho a percorrer. Mas ¿o que fazer agora?

A tarefa agora é transformar seu propósito em negócio, em dinheiro. Mas para isso, você precisará se assegurar de duas coisas. Em primeiro lugar, você precisa saber se a abertura duma nova empresa é mesmo o melhor meio para você realizar seus sonhos. Noutras palavras, você precisa se perguntar se está querendo um plano de negócio para sair do atual emprego e empreender livremente, ou um plano de carreira para melhorar suas perspectivas profissionais e conseguir uma condição que o permita realizar seus objetivos enquanto empregado. Em suma: ¿você quer empreender com ou empreender sem carteira-de-trabalho? Em segundo lugar, você precisa saber se seu propósito existencial é visto como sendo uma necessidade mercadológica para as demais pessoas. Afinal, você espera que elas o paguem por seus produtos e serviços; e isto exigirá saber se aquilo que você pretende lhes oferecer: 1) é realmente conversível em produto ou serviço e 2) é algo que as pessoas desejam comprar e realmente necessitam. 

Por enquanto, leitor, quero lhe fazer algumas perguntas. 1) ¿Onde, com quem, em qual setor do mercado você poderia exercer com plenitude seus propósitos existenciais? Noutras palavras, ¿onde você se imagina atuando? 2) ¿Isto que você pensa em fazer é um produto ou serviço? E caso não seja, ¿o que você precisaria fazer para transformá-lo num produto ou serviço vendável? 3) ¿Isso que você pretende oferecer já tem um mercado, quero dizer, já há consumidores, fornecedores, infraestrutura, concorrentes, etc. relacionados com isso? 4) ¿Quem está nesse mercado oferecendo produtos ou serviços parecidos com os seus? 5) Feche os olhos; tente imaginar seu cliente em potencial. ¿Como ele vive e o que ele quer? 6) ¿O que as empresas atuais oferecem para esse seu possível cliente? 7) ¿Em quê seu produto ou serviço seria diferente (melhor, mais simples, mais barato, mais focado) dos similares disponíveis atualmente? 6) ¿Você consegue mapear e compreender as características desse mercado? 7) ¿Você teve alguma experiência anterior com esse mercado? 

Pense bastante nessas perguntas, leitor. Não é preciso respondê-las todas agora. A tarefa que temos à nossa frente é justamente encaixar seus propósitos existenciais com as demandas do mercado -- suas fomes íntimas com as vontades de comer dos outros. Saiba que um dos erros mais freqüentes e mortíferos cometidos pelos microempresários e empreendedores, ao abrirem uma nova empresa, é partirem de hipóteses ou premissas falsas sobre as demandas do mercado. Exemplos: o fato d'as pessoas comerem não significa que aquele ponto é o melhor local para a abertura dum restaurante. O fato d'o ramo de academias estar em expansão não significa que você -- com esse rostinho adiposo que o fast-food lhe deu -- tem experiência suficiente para lucrar nesse setor. Teremos um longo caminho ainda. Minhas próximas postagens falarão disso: ¿como diabos procurar & encontrar um espacinho ao sol? Meu tema aqui é outro.

Proponho-lhe um exercício — que você fará com a mais irresponsável e suicidógena sinceridade. Meu objetivo é ajudá-lo a reconhecer, escondido atrás do seu propósito, uma oportunidade mercadológica que dará viàbilidade ao negócio que você quer abrir (mas ainda não sabe qual). Porém, antes, é preciso que estabeleçamos um procedimento. Seu propósito existencial ainda lhe parece abstrato, nebuloso e distante, né? Isto acontece porque você não o transformou devidamente numa imagem ou parágrafo aos quais você poderá recorrer sempre que o desespero ou o desânimo lhe assaltar. O primeiro passo, então, é transformar seu propósito num sonho-visão, quer dizer, numa imagem nítida do futuro que você almeja. (Leitor, eu sei o que você está pensando deste exercício. Pois você também deveria saber os palavrões cabulosos que eu estou pensando para respondê-lo. Então, deixe de frescura e continue com o exercício). Vamos: pense numa imagem de como você estará no futuro; tente colocar isso no papel. Um parágrafo é o suficiente.

Vou ajudá-lo. Faça para si-mesmo as seguintes perguntas: ¿Quem eu desejo ser como ser-humano e como profissional daqui a dez, cinco e dois anos? ¿Onde e com-quem eu desejo estar daqui a dez, cinco e dois anos? ¿O que eu pretendo ter realizado ou adquirido daqui a dez, cinco e dois anos? ¿Como será minha rotina pessoal e profissional daqui a dez, cinco e dois anos? Ponha todas as suas respostas num papel. Já! Considere isto uma ordem! Guarde esse papel; esse é o seu sonho-visão. Ele não servirá apenas para que você se recorde do seu propósito; ele servirá também para motivá-lo e principalmente para comprometê-lo com as coisas que estão ditas ali. Perceba que agora seu propósito existencial está mais claro para você. Há imagens, há palavras, há uma promessa e uma prèvisão associadas a ele. Você transformou seu propósito num compromisso. Agora falta você "combinar com os russos", quer dizer, falta você levar em conta as variáveis que interferirão na realização do seu propósito, no cumprimento do seu compromisso.

Agora você precisará traçar objetivos estratégicos. Vou ajudá-lo com isto também. Ai-ai-ai! Faça para si-mesmo as seguintes perguntas: ¿O que eu preciso adquirir ou aprender para realizar meu propósito? ¿Quais riscos ou problemas eu precisarei evitar para não ter meus planos adiados ou barrados? ¿Com quem eu poderei contar para me ajudar? ¿Que boas ou más companhias eu precisarei atrair ou evitar para realizar meus sonhos? ¿O que deverei fazer sòzinho e o que deverei pedir ou pagar para que outros façam? ¿Quem são as pessoas que já conquistou o que eu pretendo conquistar? ¿O que eu devo aprender com a história delas? Repare, leitor, que agora as perguntas tornaram-se mais específicas e concretas. Justamente por isso, respondê-las exigirá reflexão e bastante pesquisa. Seu sonho-visão está ganhando músculos, mas é você quem deverá exercitá-lo com mais e mais informações e detalhamento.

É aqui que você descobre se precisa mesmo dum plano de carreira ou dum plano de negócio. O mercado lhe dirá isso. Comece então por estabelecer metas operacionais, quer dizer, faça uma lista seqüèncial — do mais simples ao mais complexo — de pequenas decisões, pequenas realizações ou "pacotes de trabalho" que você deverá cumprir em direção ao seu propósito. Dite prazos para si-mesmo. Crie uma agenda de tarefas. Eis a hora de você conhecer o mercado e fazê-lo a-fundo! Reconheça seus nichos e lacunas. Peça bastantes conselhos. Use os produtos ou serviços daqueles que serão seus concorrentes ou fornecedores. Conheça e conviva com seus possíveis clientes. Este também é o momento de você testar suas hipóteses e premissas: ¿é aquilo-mesmo que as pessoas querem? É o momento em que você será assaltado pelo famigerado ciúme de autoria, pois começará a perceber que suas concepções originais precisarão passar por uma bela reforma para agradar o mercado. E a aventura só começou!

Até-mais-ver!

¿QUEM É JOHN GALT?

Transformando propósitos em oportunidades.

domingo, 25 de outubro de 2015

FÓRUM LIVRE E SUGESTIONÁVEL 3


Olá, crianças! ¿Como é que vocês estão? Eu estava com saudades! Uma pinóia! Bom, os mais observadores já repararam que fiz algumas mudanças por aqui. Eu aumentei o tamanho da fonte usada no blog, para ajudar pessoas mais-ou-menos ceguetas como eu. Também troquei o endereço do blog, para facilitar a digitação. Passarei a numerar as postagens que pertencem à mesma seqüência de raciocínio. Já criei três novas seções que terão atualizações periódicas: 1) dicas de livros, onde farei resenhas destrutivas ou abonadoras de livros que li sobre empreendedorismo e assuntos correlatos; 2) o desafiozinho, onde proporei a solução de problemas de estratégia e análise de cenários; e 3) as frases da semana, onde abalizados consultores (fictícios) darão seus pitacos heterodoxos sobre como empreender. Agora, além de comentar as postagens, vocês também poderão reagir a elas clicando em curti!, vade-retro!, foi-me útil! ou morra! Aguardem: estou pensando em coisas novas & insanas. 

Creio ser possível manter uma atualização quase diária deste espaço. Acho isso importante: ninguém gosta de espeluncas virtuais sem expediente. Eu passarei a trabalhar na divulgação deste blog junto a faculdades e incubadoras de empresas; e ficaria muito feliz & grato se vocês contribuíssem com sugestões e, sobretudo, com divulgação. Recomende minhas postagens àquele seu amigo mala que pretende abrir uma empresa. E depois torça para ele falir! Quanto às críticas, os mais tímidos, que não quiserem aparecer, poderão: 1) mandar um e-mail para este blog (startaspas@gmail.com), 2) participar da enquete que colocarei já-já na coluninha da esquerda, embaixo; ou 3) usar o espaço de comentários desta postagem, colocando sua sugestão e pedindo para que ela não seja pùblicada, uma vez que os comentários são moderados por mim. Mas não se acanhem: ajudem o titio Fernando a espalhar sua mensagem de fé & esperança a todas as criaturas: o concurso público não é o enterro que seu diploma merece!

Até-mais-ver!

¿QUEM É JOHN GALT?
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