sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DESAFIOZINHO 8

Olá, garotos, marotos, travessos! (Alcione) Retornei com mais um desafiozinho estratégico. Desta feita, ele vem acompanhado da primeira promoção deste blog de meu-deus. Aguardem as instruções. Ontem, eu apresentei para vocês mais uma ferramenta estratégica desenhada para pequenos empresários. Trata-se dum diagrama que eu elaborei para a análise de compatibilidade ou complementaridade de perfis de sócios. Por meio dele, é possível: 1) criar um mapa heurístico daquela conversa que vocês precisam ter antes-de-mais nada; 2) identificar, entre vocês, quem é o cara intuitivo e quem é o cara analítico e 3) conhecer suas diferenças e semelhanças, de modo a gerar, respectivamente, critérios para a divisão-do-trabalho na firma e canais para a criação de sintonia, empatia, compromisso e concordância entre vocês.

Em sociologia, nós dizemos que as pessoas se integram e se regulam ou com base em semelhanças-que-se-reforçam (o que chamamos de sòlidariedade mecânica), ou com base em diferenças-que-se-completam (o que chamamos de sòlidariedade òrgânica). As semelhanças reforçadoras mais aptas a criar  fortes laços de integração e regulação entre os sócios são de natureza axiológica, quer dizer, referem-se a valores e crenças que precisam ser partilhados por eles. Por outro lado, as diferenças complementares mais interessantes, proveitosas e mais aptas, portanto, a criar laços entre os sócios dizem respeito às diferenças de formação: capacidades e conhecimentos, saberes e fazeres. Uma sòciedade bem-sucedida é o resultado duma dosagem equilibrada entre esses dois perfis, como explicamos ontem. ¿Entendido?

Pois muito que ótimo! O desafio proposto é o seguinte. Juventino Esquerdoso & Cabacildo Felizardo são dois estudantes de arquitetura — daqueles bem esquisitos. Depois dum regabofe na faculdade, do qual ambos saíram nus... Não: esperem! Deixem-me começar uma história menos estranha. Depois duma experiência proveitosa na empresa-júnior da faculdade, eles resolveram criar seu próprio negócio. A empresa em questão pretende desenvolver materiais alternativos e de baixo custo para a construção na periferia. Após se reunirem e detalharem a proposta, Juventino & Cabacildo resolveram selar a parceria e conhecendo-se melhor. O resultado é o que vemos na imagem seguinte, construída conforme o diagrama ensinado ontem. É com base nessa imagem que eu proponho as seguintes questões:

1) Tendo em vista os perfis de ambos os sócios e o negócio que eles pretendem desenvolver, ¿você acha que essa empreitada será bem-sucedida? ¿Por quê? 2) Imaginando esses caras trabalhando juntos, ¿que tipo de conflitos poderiam surgir no dia-a-dia entre eles? 3) ¿Se você apresentasse um programa de barraco na televisão e recebesse Juventino & Cabacildo para um ranca-rabo, ¿que conselhos você daria para que eles superassem seus eventuais problemas? 4) Estudando esses perfis e o objetivo do negócio, é possível até adivinhar quem será o primeiro sócio a deixar a empresa. Então, ¿quem? Vão pensando nas respostas. Amanhã, colocarei as regras da promoção, pela qual o primeiro caboclo que responder corretamente a este desafio receberá em casa um livro sobre empreendedorismo ou gestão da inovação!



2 comentários:

  1. Cito o sr. Hector: "por mais que a ideia da empreitada seja boa, é pouco provável que ela seja bem sucedida, pois é muito difícil de imaginar um negócio próspero que não tenha como foco o lucro". Meu comentário: Caro Hector Bonilla, o sr. subestima a capacidade dum esquerdoso captar dinheiro público transformando um modelo-de-negócio numa política pública cagadora-de-regras, bem ao gosto das esquerdas decadentes.

    Cito novamente o sr. Hector: "os sócios poderão ter uma melhor visão de si mesmos, viabilizando um diálogo mais efetivo." Certo; isso criaria um aprendizado por interação, fazendo com que aparecessem "rizomas cruzados" da personalidade do primeiro no segundo e vice-versa -- mais ou menos como o símbolo do yng e yang, onde há um ponto de yng no yang e um ponto de yang no yng. Bom, vocês entenderam...

    Cito mais uma vez o sr. Hector: "as empresas e indivíduos que mais contribuíram para erradicação da pobreza e para caridade sempre se preocuparam, antes disso, com o lucro: receber, por livre e espontânea vontade de outrem, um valor econômico (fruto de trabalho), em troca de um produto útil (também fruto de trabalho)." O sr. anda lendo muito Ayn Rand. Vou contar para aquele seu professor de história! Ele não vai gostar nadinha.

    O restante da resposta está correto e condizente com as exigências do enunciado. Portanto, declaro o sr. Hector Bonilla vencedor da promoção. Peço-lhe, porém, duas gentilezas: 1) que edite este comentário escondendo seu endereço, pois, por motivos didáticos e jurídicos, gostaria de mantê-lo publicado; e 2) que me envie, pela caixa de mensagens no final do blog, seu nome real para o pronto envio do livro, ainda conforme as regras.

    Parabéns, e fiquem atentos às próximas promoções.

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  2. 1)Tendo em vista os perfis, por mais que a ideia da empreitada seja boa, é pouco provável que ela seja bem sucedida. Pois é muito difícil de imaginar um negócio próspero que não tenha como foco o lucro:

    Se tratando especificamente de Juventino Esquerdoso, tendo como valores “o coletivo” e “a igualdade”, provavelmente não compreende como a busca pelo lucro “egoístico” é a melhor forma de gerar riqueza para si e para os que consomem e se mobilizam pelo seu produto. De outra forma, se ele tivesse como valor a “erradicação da pobreza” mas ainda assim compreendesse que a melhor forma de efetivar este ideal seria fazendo sua parte no mercado, gerando lucro, talvez o futuro da empresa não seria tão sensível.

    2)Como um bom empresário, mas “cabaço”, o Sr. Felizardo iria propor, secamente, medidas que trouxessem maior lucro com menores custos. Sempre relativizando questões como impactos ambientais ou incapacidade financeira dos público alvo. Desta forma, não toleraria “caridade” em sua empresa, na forma de dívidas, exceções ou concessões. Por outro lado, Esquerdoso, com seus ideais tão valiosos quanto uma casca de siri, logo iria se constranger e se submeter às histórias tristes, as desculpas esfarrapas e o cenário melindroso que provavelmente encontraria em contato com seus clientes. Sendo assim, relativizaria o lucro da empresa em prol do bem estar do público alvo carente, mesmo que isso tivesse maiores custos e baixos, ou nenhum, lucro.

    3)Conforme ensina o Grande Mestre Fernando Rogério Jardim (eu quero esse livro, porras!), proporia a elaboração de uma lista - mais sincera e completa possível — das qualidades & defeitos que os personagens em questão enxergam em si mesmos. E em seguida, uma lista com qualidade & defeitos que se percebe no sócio. Posto isso, os sócios poderão ter uma melhor visão de si mesmos, viabilizando um diálogo mais efetivo.

    Especificamente, aconselharia Juventino a ter uma nova perspectiva sobre a nobreza e a verdadeira “função social” de uma empresa pautada sempre no lucro. Demonstrando que, não por coincidência, as empresas e indivíduos que mais contribuíram para erradicação da pobreza e para caridade sempre se preocuparam, antes disso, com o lucro: receber, por livre e espontânea vontade de outrem, um valor econômico (fruto de trabalho), em troca de um produto útil (também fruto de trabalho). Quanto a Cabacildo, recomendaria ser mais maleável em seus posicionamentos. Principalmente na forma em que os expressa ao seu sócio e ao público em geral. Pois, por mais que uma empresa tenha como fundamento o lucro, este fato não precisa ficar escancarado. Neste sentido, é importante fazer algumas concessões e considerar impactos ambientais e sociais como questões de IMAGEM que, em última instância, geram lucro.

    4)Esta pergunta se mostra a mais difícil. Apesar de que Juventino poderia se ver frustrado em seu objetivo coletivista e igualitário ao se deparar com lógica fria dos lucros e dividendos, que o faria pular fora, a “organização” e a “capacidade de cálculo” de Felizardo logo apontariam que o terreno é infértil.

    Desta forma, considerando o perfil histórico de indivíduos como o Sr. Juventino Esquerdoso, que costumam sugar até a última gota toda a fonte de renda em prol de ideais utópicos coletivistas, a ambição, praticidade e cálculo do Sr. Cabacildo Felizardo o fariam pular fora mais cedo.

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